quinta-feira, 23 de junho de 2016

PRECISAMOS FALAR SOBRE “COMO EU ERA ANTES DE VOCÊ”.




Bom, vamos lá... Acabo de sair do cinema e ainda estou meio aérea como o que vi, e muito emocionada também. Eu não sou parâmetro para chorar em filme já que choro ate em comercial de TV, mas devo dizer que em matéria de levar o lencinho no bolso, “Como eu era antes de você” fez a lição de casa e ganhou pontinho no caderno.
Eu não preciso nem dizer que este post vai estar soltando spoiler pelas beiradas, né? 



Muito bem, vamos ao que interessa... Li  o livro de Jojo Moyes há algum tempo e fui simplesmente nocauteada pela escrita dessa mulher. Não, ela não é nenhum gênio da escrita, mas este é o ponto; seus livros me ganharam pela simplicidade. Uma escrita fluida, desembaraçada e que trata com leveza assuntos pesados.  Os personagens de Jojo são gente como a gente; Passam perrengue de dinheiro, se questionam por não ter um rumo certo na vida, e por ai vai. Foram esses personagens que me fizeram chorar baldes enquanto lia “Como eu era antes de você” e que me fizeram ficar pensando por alguns dias como seria suas vidas caso o desfecho da história fosse diferente.
Pois bem... Fiquei muito curiosa em ver o filme, principalmente depois que soube que Daenerys Emilia Clarke faria o papel principal, e devo dizer que não me decepcionei.
Divulgação
A história – como a maioria deve saber – é sobre Louisa Clark (Emilia Clarke), uma moça de vinte e seis anos que nasceu e cresceu em uma cidadezinha do interior da Inglaterra e está há anos no mesmo emprego e empurrando um relacionamento falido. Quando ela se vê sem o emprego que tinha há mais de sete anos e precisando ajudar a família que sempre está com problemas de dinheiro, aceita uma vaga como cuidadora de homem tetraplégico, Will (Sam Claflin). A família de Will vê em Louisa a esperança que eles haviam perdido de que ele deixasse de ser uma pessoa amargurada e hostil. E é a partir daí que a história se desenrola. Tudo bom, tudo muito bonito, não fosse o fato de Will ter programado um suicídio assistido para dali há seis meses.
Esta morte programada movimenta o enredo e nos coloca para pensar com a cabeça de quase todos os personagens. É impossível não se emocionar com a angústia de Camila (Janet McTeer), a mãe de Will, que está sempre tensa em cena como se tentasse frear o tempo com as próprias mãos.  Ou com seu pai, Esteven Traynor (Charles Dance), que apenas quer que o filho aproveite a vida ao máximo e tenha um fim digno.
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Louisa Clark, ou Lou, é um capítulo a parte. Uma personagem cativante que, apesar de parecer boba, não é idiota. Lou consegue trazer luz a trama com suas roupas coloridas e riso fácil mesmo nas piores situações. A família de Lou também faz um contraponto muito interessante com a de Will, uma vez que a família dele é tradicional e muito rica e vive em um casa onde, aparentemente, nunca há nada fora do lugar e a dela é uma família grande que vive em uma casa pequena, sempre muito movimentada e barulhenta.
Emilia Clarke conseguiu dar o tom certo a personagem e nos faz cair ainda mais de amores por Lou em questão de minutos. Já Sam Cliflin tropeça um pouco e não deixa muito claro o que leva seu personagem a optar por algo tão radical. Sim, sentimos seu sofrimento, suas angustias, mas faltou algo um pouco mais intenso. Ainda assim, Will Traynor é apaixonante.
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Houve muita polêmica envolvendo a obra de Jojo Moyes. Primeiro criticaram o livro por romantizar a tetraplegia, depois grupos ativistas dos direitos humanos acusaram a obra de incitar o suicídio e fazer pouco de quem vive nesta condição. Mais tarde quiseram boicotar o filme por não ter colocado um ator tetra no papel de Willian Traynor. Vamos aos fatos... Colocar um ator tetraplégico seria impossível, uma vez que há cenas anteriores ao acidente que deixa o personagem de Cliflin na cadeira de rodas em que ele aparece correndo, esquiando e pulando de penhascos.
Quanto as outras polêmicas, quem ver o filme vera uma história leve, emocionante e que nos faz refletir. Ao contrário do que muitos pensam, “Como eu era antes de você” não é um filme sobre romance, mas sim um filme sobre amor. O amor dos pais que tentam manter o filho vivo; o amor de Louisa que deixa a própria tristeza de lado para dar conforto a Will em suas últimas horas e, principalmente o amor de Will por todos aqueles que o cercam. Apesar dos toques de humor na história, se olharmos com um pouco mais de atenção – tanto no filme quanto no livro – percebemos que a decisão pelo suicídio assistido foi tomada de maneira altruísta; para garantir que ninguém mais tivesse de ficar preso a nada, para que pudessem viver suas vidas com toda plenitude e não mais em função dele. Will nada mais faz do que deixar que as pessoas a sua volta retomem a vida que tinham antes de seu acidente; coisa que ele sabia que jamais conseguiria fazer. Isso fica muito claro quando ele diz a Lou que não suportaria viver sabendo que ela seria privada de tudo o que uma outra pessoa poderia lhe proporcionar. Jojo Moyes, nos mostra com leveza que o amor não é egoísta e pode ser encontrado em todos os atos.
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Como uma trilha sonora cheia de músicas da nova geração indie rock - como Imagine Dragons e Max Jury - e com uma fotografia espetacular, “Como eu era antes de você”, sem duvidas, é um filme que nos coloca para pensar sobre nossas escolhas.











FICHA TÉCNICA
Título Original - Me Before You
Roteirista - Jojo Moyes
Autor da obra original - Jojo Moyes
Produtora - Karen Rosenfelt
Produtora - Alison Owen
Produtora Executiva - Sue Baden-Powell
Diretor de fotografia - Remi Adefarasin

ELENCO
Emilia Clark - Louisa Clark
Sam Claflin - William Traynor
Janet McTeer - Camilla Traynor
Charles Dance - Steven Traynor
Brendan Coyle - Bernard Clark
Jenna Coleman - Katrina Clark
Matthew Lewis - Patrick
Vanessa Kirby - Alicia
Stephen Peacocke - Nathan

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