segunda-feira, 20 de junho de 2016

CRÍTICA: Juventudes Roubadas




Para quem gosta de dramas de guerra, Juventudes Roubadas é um prato cheio. Baseado no livro de memórias da Primeira Guerra Mundial, escrito por Vera Mary Brittain, filme conta a história de uma jovem da aristocracia inglesa (a própria Vera) que vê seu círculo de amizades e também o familiar desmoronar com a chegada da Primeira Guerra.
Vera vive uma vida tranquila na propriedade da família e se mostra uma jovem a frente de seu tempo quando demonstra seu interesse em ingressar na Universidade de Oxford e tornar-se uma escritora. Muito ligada ao irmão Edward (Taron Egerton), é nele que Vera encontra apoio para colocar seus planos em prática; e é justamente no circulo de amigos do irmão que ela conhece o jovem Roland Leighton (Kit Harington) com quem vive um romance cheio de limitações.
Imagem Divulgação
Quando a vida de Vera parecia perfeita, eis que irrompe a Primeira Guerra e todos os homens de seu convívio (inclusive Roland e Edward) são enviados para os campos de batalha. Tomada pelo desespero e pela angustia causada pela falta de noticias, Vera abandona faculdade e se alista como enfermeira, na tentativa de ficar mais próxima do irmão e, do agora noivo, Roland. 
O diretor James Kent consegue acertar o tom e fugir dos clichês das historias de guerra com uma narrativa descomplicada e sensível. Com tomadas curtas e algumas câmeras na mão ele coloca o espectador como um seguidor próximos dos personagens, principalmente de Vera.
A personagem - brilhantemente interpretada por Alicia Vikander – tinha tudo para se perder na máxima da menina rica com aspirações a rebeldia, mas o que vemos é uma jovem forte, que luta pelo que acha correto sem perder a delicadeza característica da época, e que também não hesita em demonstrar seus sentimentos, não importa em que situação.
As cenas entre os personagens de Vera e Roland são um capitulo a parte. Kit Harington finalmente colocou nas telas o que aprendeu nos palcos da West End e mostrou que sabe fazer outras coisas alem da eterna cara de choro de Jon Snow; dando a seu personagem uma roupagem cheia de sensibilidade, mesmo depois de presenciar os horrores da guerra.

   
Imagem Divulgação
Harington e Vikander convencem como um casal que sofre pela distância nos detalhes. A cena mais intensa dos dois é uma tomada que não deve durar mais que cinco segundos, um simples momento em que Vera cheira o pescoço de Roland como se tentasse guardar na memória o perfume do amado que voltava para as trincheiras; Vikander faz isso com tanta verdade que, naqueles poucos segundos, conseguimos sentir cada uma de suas aflições e seus medos.

Não seria errado dizer que Juventudes Roubadas é um filme cansativo por conta de sua duração; contudo é uma obra muito bem executada. Conseguimos, sem esforço, captar os conflitos dos personagens e suas dores e nos colocamos a imaginar como deve ter sido a vida Vera Brittain após todos estes eventos traumáticos. Sem perceber, nos colocamos em seu lugar em diversas situações.
Com uma fotografia impecável, direção sensível e belas atuações; tenho certeza que se a verdadeira Vera ainda estivesse viva, ficaria muito satisfeita com o que viu em Juventudes Roubadas.






FICHA TÉCNICA

Título original: Testament of Youth
Distribuidor:  SONY PICTURES
Ano de produção: 2014
Tipo de filme: Longa-metragem
Direção: James Kent
Roteiro: Juliette Towhidi
Trilha Sonora: Max Richter

ELENCO

Alicia Vikander  Vera Brittain
Kit Harington  Roland Leighton
Adam Ganne  Dying Officer
Alan Billingham  Uppingham Parent
Amanda Fairbank-Hynes
Anna Chancellor  Mrs. Leighton
Charlotte Hope  Betty
Colin Morgan  Victor Richardson
Dominic West  Mr. Brittain
Emily Watson  Mrs. Brittain


13 comentários:

  1. ADORO ESSE FILME! GOSTARIA DE FAZER O DOWLOADS DELE COM LEGENDA EM PORTUGUES

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    1. Está no catálogo da Netflix, COM som original e legendas

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  2. Esse filme é muito intenso! Chorei quase o filme inteiro, essa história vai ficar na minha mente por muito tempo...

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  3. Olá, alguém sabe qual a classificação indicativa desse filme?

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  4. Acabei de ver....chorei o filme todo...atriz brilhante, todos na vdd foram ótimos. Filme intenso d mais, eu amei.

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  5. Excelente filme, sensível, profundo e feminista, mostrando a personalidade de uma garota que tinha tudo pra se entregar diante de tanta desgraça, e ao contrário disso, se reinventou.

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  6. Filme lindo, muito bem feito e otimas atuações. Gostei tanto que fui pesquisar sobre tudo.

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  7. Esse filme é super chatoooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooo, devagar até demais.

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  8. Eu amo filmes de guerra mas, esse é uma exceção, pense num filme chato e cansativo,parece até aqueles filmes feitos pra seção da tarde só que com a classificação indicativa mais elevada.

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  9. O banho no lago, no início e no final do filme representam toda a sensibilidade dessa escritora. A guerra arrancou tudo que era felicidade pra ela.A cena final no lago nos mostra como todo momento que vivemos nesse plano é único.

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