quinta-feira, 30 de junho de 2016

MENINAS INOCENTES. Um típico filme de festival.






Vou começar pelo começo. Ah, vá! Não gostei do título em português. Sei que tenho problemas com títulos traduzidos, mas esse realmente não me convence, afinal essas meninas não são inocentes e sim boas meninas, boas amigas, mais ou menos boas filhas, mas inocentes, nem fudedendo não.
Fazer aposta de perder a virgindade antes da faculdade, convenhamos, não é nenhuma novidade. Esse é o ponto de partida de “Garotas inocentes”. Duas amigas loucas de vontade de descobrir o que o mundo tem a oferecer, querendo viver uma dessas paixões arrebatadoras de verão e depois partir para a faculdade.
Sem dúvida, a escalação de Dakota Fanning e Elisabeth Olsen para viver essas meninas foi mais do que acertada. Olsen nos apresenta uma personagem insuportável, mal educada e sem o mínimo de noção das coisas. Ate agora não entendi muito bem se ela não percebe mesmo o que acontece ou finge não ver por estar acostumada a fazer tudo o que quer, mas o fato é que Elisabeth Olsen conseguiu dar vida própria a Gerry. Dakota Fanning, como sempre, nem parece que está atuando. Faz tudo com tanta naturalidade que ela e Lilly – sua personagem – quase se fundem em uma pessoa só.
O que poderia ser um filme de tema batido de início se transforma em uma história de descobertas. Após se encantar com um rapaz que trabalha na praia, Gerry e Lilly começam finalmente a andar no campo minado que é o fim da adolescência. Enquanto Lilly vive uma bonita história com David, (Boyd Holbrook) o rapaz da praia, vê sua família se desfazer diante das traições do pai e da depressão da mãe e ainda precisa se esquivar das investidas do chefe.
Gerry se mostra uma pessoa extremamente egoísta e perturbada e só o que faz é falar sobre si mesma e sua obseção por David. Ela sequer percebe que sua amiga é quem de fato está apaixonada por ele e que esse amor é pra lá de correspondido. Nem mesmo quando sua mãe tenta ajudar Lilly em relação ao assedio do chefe ela mostra algum tipo de apoio ou preocupação. Juro que houveram momentos em que tive vontade dar uns safanões naquela menina.
David e Lilly vivem um belo romance. Cercado de descobertas e novas experiências, é o envolvimento dos dois que começa a trazer à tona as complicações da vida adulta para o trio de personagens principais. Ate onde a amizade de Lilly e Gerry pode chegar sem mentiras ou egocentrismo, até que ponto esconder ou inventar algo pode proteger ou prejudicar qualquer tipo de relação.

“Garotas inocentes” é um típico filme de festival. Roteiro simples, uma história cotidiana com uma roupagem um pouco mais trabalhada e excelentes atuações. A fotografia e a paleta de cores em tons azulados são simplesmente fantásticas e a trilha sonora cativante. Em sua estreia como diretora, Naomi Foner Gyllenhaal, conseguiu mostrar a que veio.



FICHA TÉCNICA
Direção -  Naomi Foner Gyllenhaal
Roteiro - Naomi Foner Gyllenhaal
Compositora - Jenny Lewis
Produtor - Michael London
Produtora - Janice Williams
Produtora Executiva - Gale Anne Hurd
Produtor Executivo - Lee Clay
Diretor de fotografia - Bobby Bukowski

ELENCO
Elizabeth Olsen - Gerry
Dakota Fanning - Lilly Berger
Boyd Holbrook - David Avery
Ellen Barkin - Norma
Richard Dreyfuss - Danny
Demi Moore - Kate





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